Após o primeiro mês completo de isolamento social no Brasil, começamos a ver o verdadeiro impacto e as primeiras respostas do setor automotivo à Covid-19. A venda de veículos teve uma queda de 76% e quase 30% da rede de concessionárias estão encarando a possibilidade de fechar as portas, segundo a Fenabrave. A indústria também começa a falar de redução de postos de trabalho.
Esses dados podem parecer um prenúncio de um cenário aterrador, mas calma. Na verdade, a indústria automotiva sofreu um forte e rápido impacto gerado pela Covid-19, e era esperado que isso se refletisse nos primeiros números de vendas.
Nos bastidores, no entanto, sabe-se que o mercado automotivo começa a se mexer para traçar uma estratégia de resposta à Covid-19. Antes mesmo da reabertura das fábricas, já vemos algumas iniciativas, principalmente focadas no uso do digital para organização de equipes de trabalho, manutenção do atendimento e, claro, venda aos consumidores.
Um estudo exclusivo feito pela consultoria internacional KPMG sobre o setor automotivo brasileiro mapeou os principais e respostas já dadas à crise da Covid-19. Se você quer saber mais sobre quais estão sendo as boas práticas do mercado e o que ainda nos espera nos próximos meses, continue lendo!
Não tem tempo de ler? Assista agora a gravação da tranmissão com a KPMG sobre os “Impactos e respostas aos efeitos da Covid-19”. É só clicar abaixo:
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Quais foram os impactos no setor automotivo mapeados pela KPMG?
Primeiro, precisamos entender que os impactos no setor automotivo são muito mais profundos. A queda nas vendas de veículos e o fechamento de fábricas é apenas o aspecto mais visível da crise.
De acordo com o relatório da KPMG, o impacto relacionado às vendas de veículos envolveu pelo menos três eixos:
1. Produção
Com o distanciamento social adotado pelo governo brasileiro, houve o fechamento das plantas de toda a cadeia — da fábrica às menores revendas. Nesse cenário, os entes menores, como pequenas concessionárias e fornecedores, passaram a sentir ainda mais os problemas de caixa.
Além disso, a retenção de pessoas e o câmbio elevado na importação de peças, bem como a possibilidade de desabastecimento, começaram a pressionar a margem de lucro e a retomada da operação.
2. Vendas
A quarentena levou ao fechamento das lojas, amplificando o problema da carência de oferta — inclusive de serviços alternativos ligados à mobilidade, como Uber, 99 pop, etc.
Além disso, a venda passou a exigir uma estratégia online mais robusta por parte dos dealers.
3. Exportação
A demanda por exportação, que já vinha muito fraca na Argentina, piorou ainda mais devido a crise econômica.
Aliado a isso, a falta de uma estratégia de exportação robusta e diversificada dificulta a busca de alternativas, apesar dos produtos locais terem grau de competitividade em outros mercados.
Quais foram as respostas do setor automotivo identificadas pela KPMG?
De acordo com o estudo da KPMG, diante dos desafios, a maioria das empresas estão focadas em gerenciar a crise, com pouca atenção ainda em planejar a retomada.
Neste momento, as iniciativas estão focadas em:
a) Força de trabalho
Muitas empresas adotaram a flexibilização da força de trabalho como tentativa de preservar os empregos. Para isso, a medida mais adotada foi o trabalho remoto.
Licenças não remuneradas e bancos de horas, redução de jornada e salários, restrições a horas extras e férias compulsórias foram adotadas.
b) Fluxo de caixa
Esse foi o maior desafio tanto para grandes empresas quanto para PMEs.
Para contornar a situação o setor recorreu a postergação de pagamentos a fornecedores, de impostos e parcelas dos empréstimos, a renegociação de contratos e redução de custos. Além disso, houve uma procura por linhas de crédito e financiamento.
c) Modelo operacional
Aos poucos, o setor também começou um movimento de transição para modelos de negócios digitais, com adoção do e-commerce e modelos de entrega remota.
Essas medidas preservaram a continuidade das operações, mesmo que com restrições.
É possível estimar quando será a retomada do setor automotivo?
A resposta mais simples é não. Até porque, avaliando o histórico de crises do setor automotivo, esta é a primeira vez em que a recessão está vinculada a uma crise sanitária.
No entanto, o relatório da KPMG identificou uma resposta importante: a retomada do setor automotivo depende de uma transformação.
Esse padrão de retomada, chamado no relatório de “transformar para reemergir”, envolve setores como o automotivo, turismo e lazer, óleo e gás, imobiliário e de construção, de mineração e metais e bens de consumo não cíclicos.
Nessas indústrias, a recuperação ocorrerá em um caminho prolongado, exigindo reservas de capital e a mudança de modelos operacionais, mais alinhados com mudanças nas prioridades e em padrões comportamentais dos consumidores.
Qual será o novo normal após a crise?
Durante as últimas semanas, o termo “novo normal” tem se popularizado muito para falar sobre o período pós-pandemia. Mas o que ele, de fato, significa?
Segundo a KPMG, o período pós-crise envolverá um alinhamento de quatro eixos: político/regulatório, economia e mercado, tecnologia e social.
Dois aspectos se destacam e unem os eixos economia e mercado e tecnologia: é a urgência pela digitalização.
De acordo com o relatório da KPMG, após a crise haverá um impulso imediato às tecnologias de rede e infraestrutura de TI para dar suporte ao trabalho remoto. Além disso, as tecnologias que proporcionam maior “resiliência comercial” também serão procuradas.
Quanto ao mercado, é possível que as indústrias passem a procurar novos modelos digitais para serviços, muito impulsionado pela rápida ação social às ofertas digitais.
Seu negócio está preparado para o pós-Covid-19?
Um das conclusões mais importantes trazidas pelo relatório da KPMG é: a experiência digital vivenciada pelos consumidores durante o isolamento social deverá se manter, e isso exigirá uma transformação do setor automotivo para que haja retomada.
Para se manter vivo no “novo normal”, o mercado precisará repensar produtos e serviços atuais, adaptando-os às necessidades e preferências do cliente.
Vale lembrar que o relacionamento e a confiança do consumidor são fatores que estão sendo bastante trabalhados pelas empresas durante a crise, e isso não deve ficar pelo caminho, mas sim se tornar a vantagem competitiva principal.
Outro aspecto essencial será adaptar e integrar o modelo operacional de montadoras, fornecedores e revendedores ao virtual deve ser uma prioridade para a cadeia, uma vez que o digital pode facilitar a gestão remota, a redução de custos e a comunicação da cadeia.
Este é apenas um resumo do estudo “Impactos e respostas à Covid-19 no setor automotivo”, publicado pela consultoria KPMG em abril de 2020. Para saber mais e ter acesso ao relatório completo, assista agora o webinar:
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