Você já ouviu falar de economia compartilhada?

Na hora de consumir entretenimento, via aplicativos como Spotify ou Netflix, certamente você possui uma conta compartilhada com outra pessoa ou até com várias pessoas, mesmo que sejam da sua família. E a chance é grande de que, na sua última viagem, você tenha procurado um apartamento ou casa negociando diretamente com o dono, por meio do Airbnb.

Esses dois exemplos simples, que são bastante comuns, eram impensáveis há dez anos. O surgimento desses serviços impactou fortemente as indústrias nas quais eles estão inseridos. O entretenimento audiovisual não foi mais o mesmo desde a chegada dos serviços de transmissão por streaming, e a indústria hoteleira ainda absorve o impacto da chegada de aplicativos como o Airbnb.

Isso é o que chamamos de economia compartilhada. E ela tem tudo a ver com o segmento automotivo. A quantidade de aplicativos de compartilhamento de carros não é pouca. Uber, Cabify, Waze Carpool, 99pop e Blablacar são só alguns dos exemplos.

O fenômeno da economia compartilhada tem se tornado cada vez mais forte pela soma de três fatores relevantes nos dias de hoje.

Primeiro nós temos, claro, as facilidades que a era pós-digital nos concede. A maior parte da população economicamente ativa já possui smartphone. Com ele, acessa, na palma da mão, uma gama de novos serviços, cada vez mais práticos.

Também é cada vez maior a preocupação com a questão ambiental e o consumo consciente, principalmente entre as gerações mais novas. O desejo é não consumir aquilo que pode ficar subutilizado e, além disso, que  cause problemas para o meio ambiente.

Por último o mais importante: com a economia compartilhada, os serviços se tornam mais baratos. Menos burocráticos. E o consumidor agradece!

Esses três fatores fazem total sentido no modelo da concessionária do futuro.

economia compartilhada de carros

O que muda no setor automotivo com a economia compartilhada?

É importante o profissional Concessionária 2.0 entender que vivemos um momento de ruptura. Isso significa mais uma mudança na cultura e nos hábitos de uma sociedade do que alguma guinada econômica. É mais profundo e definitivo. Por isso exige maior atenção.

A indústria automotiva está no centro de uma mudança e qualquer reflexão feita hoje pode fazer menos sentido amanhã.

É imprescindível saber analisar quais as demandas do novo consumidor, mas não apenas para que a indústria automotiva não seja engolida pela economia compartilhada. O importante é que ela possa liderar o processo de inovação nesse período.

A economia compartilhada tem desafiado os modelos tradicionais de negócio. Hoje existem mais concorrentes, com novas estruturas de negócio, com preços competitivos, qualidade de serviço e que pressionam a atividade regulatória do Estado.

Ainda assim, especialistas apontam que a venda de veículos não diminuirá. Mas, para isso, quem vende precisará se adaptar, pois a forma de vender o veículo deve mudar ainda mais. 

Tanto concessionária quanto montadora precisam desenvolver uma mentalidade de que não são mais meras empresas que oferecem um produto finalizado, mas sim players que entregam soluções em mobilidade urbana.

É isso que uma das montadoras mais valiosas do mundo, a Tesla, tem feito. Em um futuro não muito distante, a popularização da Internet das Coisas e o carro autônomo serão uma realidade. Será que faz sentido que esses novos veículos sejam particulares? Ou o benefício maior será gerado pelo uso coletivo?

O consumidor moderno também quer praticidade e personalização na hora de escolher um carro. Extremamente conectado, ele vai procurar ter uma prévia da experiência por meio das facilidades digitais. Mesmo que seja a mais básica delas, como agendar o test drive pela internet.

As empresas que entregam produtos e serviços precisam cada vez mais priorizar o sucesso do cliente. Comunicação ágil, feedback, praticidade e personalização — tudo sem que o cliente precise sair de casa. É assim que a concessionária se mantém relevante para o consumidor final.

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A economia compartilhada é ruim para as vendas de veículos?

Um estudo feito pela Forbes indicou que a economia compartilhada pode gerar uma receita de US$ 3,5 bilhões para os usuários — valor que pode crescer até 25% por ano. Esse valor impactante não considera nem mesmo os impactos de uma rede colaborativa gerada a partir da economia compartilhada, como é o caso de startups e grandes empresas que investem nisso. Neste último caso se inclui a Honda, que anunciou uma parceria com a startup Cruise para desenvolver veículos autônomos.

Nós estamos vendo uma verdadeira revolução na forma como se consome. E é a isso que tanto a montadora quanto a Concessionária 2.0 devem atentar.

Os veículos ainda são uma parte importante da economia e cultura do Brasil e do mundo. Novos aplicativos de carona e compartilhamento de carros não vão mudar isso.

O que está mudando com uma intensidade cada vez maior são as preferências do consumidor e a exigência de personalização da experiência do cliente.

Ainda há entre os brasileiros o forte desejo de propriedade do carro. É o que aponta pesquisa feita pela Spry com as três últimas gerações de consumidores de veículos.

O estudo abordou pessoas que não possuem carros, mas que desejam comprar um nos próximos cinco anos. Segundo a pesquisa, 70% dos consumidores da geração Z (nascidos após os anos 2000) desejam adquirir um modelo no período; esse desejo é o mesmo para 69% dos entrevistados das gerações X (nascidos entre 1961 e 1981) e Y (nascidos entre 1981 e 1999).

Em entrevista à Automotive Business, o diretor da consultoria, Pedro Facchini, também revelou que o automóvel deve representar 66% das preferências dos brasileiros para deslocamento no futuro. Isso vale tanto para posse quanto para o compartilhamento do veículo.

Ainda segundo a pesquisa, apenas 5% dos consumidores disseram que deixariam de possuir um veículo por motivos ambientais. A maioria parou de comprar carros por questões como custo e renda, o que também vem obrigando os mais jovens e adiarem a obtenção da carteira de motorista.

Ou seja, o desejo de ter um veículo próprio no país segue bastante alto. Também continua forte, mesmo entre as gerações mais novas, o desejo de ter uma carteira de habilitação (CNH).

Sobre o futuro, 70% dos entrevistados da geração Y e 66% dos da geração Z acreditam que o carro ainda será o principal meio de transporte no futuro.

Pode-se ver que a comercialização de veículos continuará em alta. O que mudará é a forma como se fará a venda. É preciso estar atento às mudanças para se antecipar a elas.

Conclusões

A economia compartilhada é uma revolução para os mercados em geral. É ambientalmente amigável, mais prática e mais barata para o consumidor.

O consumidor enxerga hoje o produto de maneira diferente e demanda cada vez mais experiências otimizadas e personalizadas. Não é diferente com os carros.

Muito mais do que o número de carros vendidos, o que mudará completamente é a maneira como se comercializa o carro. A jornada de compra hoje precisa ser adaptada para o digital, ser mais imersiva e ter na comunicação com o cliente uma prioridade. É preciso saber ouvir e suprir suas demandas.

Isso também exige novas habilidades dos profissionais do setor automotivo. Eles precisam conhecer bem as ferramentas digitais, a jornada do consumidor e oferecer um atendimento menos persuasivo, mas mais personalizado. Quer saber como preparar o time da sua concessionária para a Era Digital? Conheça nosso microeBook Quem são os profissionais da concessionária do futuro? Clique aqui para fazer download!

*Post atualizado em 30 de novembro de 2018, para acréscimo de informações sobre a pesquisa da Spry.

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Sobre o Autor

Tiago Fernandes
Tiago Fernandes

Administrador, sócio-fundador e CEO da AutoForce.

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