Artigo originalmente publicado no Linkedin.
O ano é 2028. Numa área remota da cidade, vemos um prédio com aspecto abandonado, dezenas de carros no pátio e algumas pessoas em volta. Não estou bem certo, parecem ser…vendedores. Pelo o que me disseram, eles habitam a Última Concessionária da Terra.
Por algum motivo, só esta restou. A última. Estou tentando me lembrar sobre como elas funcionavam, já faz alguns anos que esses negócios jurássicos entraram em extinção…
A Última Concessionária da Terra parece uma relíquia, uma peça de museu. Recheada de peças gráficas que anunciam ofertas para ninguém.
Toda a equipe está posicionada para iniciar conversas de negócios com qualquer um que entre na loja, mas ninguém está autorizado a fechar nada, pois “precisam perguntar ao gerente” antes de qualquer proposta. Cada vendedor ainda espera que eventuais clientes sentem-se diante deles por horas para fechar a compra, sem compreender que a compra começa antes da visita ao showroom físico.
Enquanto isso, pilhas de papéis, documentação, tentativas de agendamento, formulários e mais coisas do tipo vão se acumulando nas salas dessa concessionária, ocupando cada vez mais espaço.
Vejo algumas pessoas na frente da concessionária com panfletos e cartazes nas mãos. Ao que parece, a Última Concessionária da Terra ainda destina o grosso do seu investimento em marketing no showroom físico. O foco é tentar atrair pessoas que passam pela rua a adentrar a concessionária. Não está funcionando bem, esse lugar parece não ver clientes há muito tempo…
O showroom ainda concentra a maioria do time de vendas. Os vendedores, desanimados, estão aguardando que alguém entre e demonstre interesse para poderem fazer uma oferta.
O modelo extinto das concessionárias não viu o tempo chegar. Por isso, perdeu a chance de complementar o potencial do showroom físico com o showroom virtual, investindo na geração de leads para otimizar suas vendas.
Mas isso não quer dizer que a Última Concessionária da Terra não invista em digital. Ela investe, só que sem estratégia, sem Encantamento de Leads, sem campanhas integradas de links patrocinados, buscando apenas a conversão pela conversão.
Isso porque ela faz parte de um modelo que optou por continuar com parcerias de serviços de digital que não geravam retorno sobre o investimento. Parcerias com fornecedores que pertenciam a um modelo tão ultrapassado quanto o dela, sem foco em performance online.
A Última Concessionária da Terra simplesmente deixou de centrar o seu serviço em uma solução real para os clientes. Deixou de estudar os novos hábitos, as novas prioridades dos consumidores de carros – que começavam, nos primórdios da Era Digital, a buscar mais conectividade, experiências otimizadas de compra e conforto, pois já eram bastante decididos devido ao grau de informação que tinham disponível.
Em 2028, esta concessionária que ainda resiste é heroica. Assiste gigantes da economia da plataforma, como a Amazon, comercializarem veículos online, de maneira bastante prática, atendendo às prioridades do consumidor pós-moderno e pós-digital.
Qual será a última concessionária da terra?
Pode ser a sua, pode ser a em que comprei meu carro no ano passado. Pode ser a que você passa em frente todo os dias no caminho para o trabalho. A única certeza que temos é que o modelo pelo qual ela opera será extinto, eclipsado pelas novas formas de consumo e negócios que a atual revolução digital está trazendo.
Voltando a 2018…
Este cenário é plausível? O modelo atual de negócios como existe hoje realmente desaparecerá?
Resposta: Já está desaparecendo. Fiz esse exercício de projeção justamente para mostrar isso.
Vão desaparecer as concessionárias que não sabem como investir em estratégias e soluções digitais. As que esquecem de centrar seus serviços no novo padrão de consumo dos usuários. As que não sabem como reinventar seu time de vendas para essa nova realidade.
Novos concorrentes inesperados, como é o caso da Amazon, estão surgindo. Isso gera alvoroço na indústria e aumenta ainda mais a necessidade de busca por novos modelos de negócios.
E a sua concessionária? Se juntará ao grupo das fortes que se adaptam ao futuro? Ou vai continuar com um modelo jurássico fadado à extinção?
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